terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Fiocruz estuda se zika vírus pode ser transmitido pelo mosquito comum

Segundo pesquisadora, mosquito culex é tipo mais comum no meio urbano.

Estudo da Fiocruz ainda analisa transmissão da chikungunya pelo inseto.
Thays EstarqueDo G1 PE.

Bloqueio da infecção em alguns mosquitos culex pode gerar novo estudo (Foto: Wikimedia Commons)

O departamento de entomologia da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Pernambuco estuda se o zika vírus e a febre chikungunya também podem ser transmitidos pelo mosquito culex, conhecido popularmente como muriçoca ou pernilongo, de acordo com os regionalismos. A pesquisa coordenada pela pesquisadora Constância Ayres, do projeto de vetores da instituição, pretende entender a rapidez com que se propaga a epidemia. A previsão é que a pesquisa seja concluída em três semanas.

Alta de casos preocupa.

“Esse pode ser o motivo do vírus ser replicado mais rápido. A interação do mosquito com o vírus pode explicar o perfil epidemiológico de transmissão da doença”, explica a pesquisadora.

Ayres conta que essa é a primeira vez que esse tipo de questionamento é levantado. Segundo ela, a primeira epidemia do zika surgiu na Micronésia e lá não é habitat do Aedes aegypti. Então, outras espécies estariam atuando como vetor. “Na época analisaram o Aedes e não evidenciaram o zika. O que acontece é que isolaram a relação do zika com o Aedes no laboratório, mas a circulação silvestre é totalmente diferente. Ele pode não ser o principal transmissor”.

A prioridade será o zika vírus e, posteriormente, a febre chikungunya. “No ambiente, o culex transmite outros vírus que são próximos ao zika. Por que ele não pode também transmitir o zika?”, indaga. A pesquisadora acrescenta que a Fiocruz está coletando os mosquitos em campo, observando quais estão infectados e sua abundância.

A pesquisa ainda observa o período de incubação extrínseco, que é o tempo que o mosquito leva para ingerir, replicar e transmitir o vírus. “Infectamos em torno de 200 mosquitos e os analisamos na hora zero, em 24 horas, três dias, sete dias e 15 dias. Observamos dez mosquitos em cada momento. Fizemos também duas concentrações virais, uma alta e uma baixa. Dissecamos o intestino e a glândula salivar”, exemplifica.

Ayres explica que a doença só é transmitida pela glândula. “Acontece do mosquito ser infectado, mas bloquear essa infecção e ela ficar só em seu intestino. Isso já pode ser fruto de outra pesquisa, pois conhecer o bloqueio, quais são os genes que respondem e conseguem matar uma é uma área para nova pesquisar no futuro. Isso pode ser a chave no combate lá na frente”, salienta

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