segunda-feira, 7 de julho de 2014

A banalização das ocorrências e a falta de política de prevenção de acidente do trabalho

As principais causas são a banalização das ocorrências e a falta de política de prevenção, diz representante do Ministério da Saúde.

Agência Câmara de Notícias

O coordenador-geral de Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde, Jorge Mesquita, informou há pouco que o Brasil é o quarto país do mundo em número de acidentes fatais no trabalhos. Em audiência na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados, ele disse que as principais causas dos acidentes são a banalização das ocorrências e a falta de política de prevenção.

De acordo com Mesquita, os grupos mais vulneráveis são: motoristas, agentes de segurança, trabalhadores da construção civil e trabalhadores rurais. Ele apresentou dados do Dieese, segundo os quais os riscos de um empregado terceirizado morrer de acidente de trabalho é 5,5 vezes maior do que nos demais segmentos produtivos.

O presidente da Comissão de Seguridade, deputado Amauri Texeira (PT-BA), salientou que o Plenário aprovou o aumento da jornada de motoristas profissionais, o que pode gerar ainda mais acidentes entre caminhoneiros. "Isso é extremamente nefasto. Vou pedir que a presidente Dilma Rousseff vete esse dispositivo", destacou.

Impacto social

Conforme o representante do Ministério da Saúde, 10% do PIB são gastos em acidentes de trabalho nos países em desenvolvimento. Ele ressaltou o impacto social dos acidentes. Segundo ele, muitos trabalhadores que sofrem acidentes fatais são "arrimos de família", e há uma desestruturação familiarapós os acidentes.

Porém, na visão dele, mais do que os acidentes de trabalho, preocupam as doenças relacionadas ao trabalho. Ele citou dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que mostram que 2 milhões de pessoas no mundo morrem por ano devido a doenças relacionadas ao trabalho, enquanto cerca de 321 mil morrem por conta de acidentes de trabalho.

Discordância

O coordenador-geral de Fiscalização do Departamento de Segurança e Saúde do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego, Fernando Vasconcelos, contestou o dado do Ministério da Previdência, de que o Brasil é o quarto país em acidentes fatais no mundo. Ele disse que o número é alto, mas que não existem dados mostrando a comparação com outros países.

A nova audiência ocorre no plenário, na próxima segunda-feira (7).


Um comentário:

  1. Estamos em um mercado livre, capitalista, onde o ter sempre prevalecerá sobre o ser, assim, se quisermos mudar nossa classificação no ranking mundial, precisamos ser inovadores e criativos. Precisamos usar a linguagem do empreendedor, do patrão. Quanto custa a redução de acidentes, versus a compra de EPIs, EPCs ou redução dos riscos ambientais? Sim, nós sabemos o valor da vida humana, mas que adianta os números que apontam que morrem mais motoqueiros no transito do que uma guerra em determinado país? Porque pensar em roupas infláveis ou air baggs se o que gera impostos altos é a venda de motos e os impostos anuais pagos pelo seguro, emplacamento e multas? Porque fazer campanhas educacionais voltadas apenas para os trabalhadores. Onde estão os incentivos, programas de capacitação e motivação para os empresários? Não basta multar quando ocorre uma fiscalização, pois nunca teremos fiscais em numero suficiente e pela dor nunca motivaremos ninguém, ele sempre encontrará uma saída, um disfarce, um drible. Quais são as nossas referências de cuidado com a segurança? Uma empresa de mineração, e quem mais? Um profissional altruísta como Laércio, Peixoto, e quem mais na nossa região? O que temos são profissionais sobrevivendo a custa de dois ou mais empregos, aceitando salários medíocres em troca de um trabalho do mesmo nível. É claro que devemos nos envolver politica e tecnicamente para mudar esta realidade, mas antes de tudo precisamos de sacerdotes prevencionistas, lideres sindicais,políticos comprometidos com a causa publica, pesquisadores, entidades formais e de profissionais independentes, guerreiros e crentes em um Brasil mais solidário e comprometido com a causa humana. Eu sei que posso fazer muito mais do que tenho feito, só não sei se estou disposto a pagar o preço, pois tenho que sobreviver e sustentar minha família. Quantos estão dispostos verdadeiramente a somar com você e comigo? Deus mantenha sua mão de misericórdia estendida sobre nós e levante mais obreiros para a causa prevencionista

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