sábado, 31 de maio de 2014

Novos meios de comunicação permitem salvar mineiros em acidentes

Na Rússia foi desenvolvido um aparelho original para comunicações entre resgatadores de montanha. Ele permite manter a ligação debaixo de terra através da rocha a uma distância de mais de 6 quilômetros.

De acordo com os testes realizados, o alcance máximo das comunicações através de minas, se nelas estiverem instalados cabos e um circuito de ligação à terra, foi de 6,1 mil metros. Em linha reta, através da rocha e sem existirem cabos nem estruturas metálicas, o alcance foi de 1200 metros.

Segundo informou o Ministério de Situações de Emergência, o dispositivo transmissor-receptor funciona com base no sistema de radiocomunicação móvel de ondas médias. Sua função principal é a recepção e a transmissão de informações de emergência no subsolo.

O trabalho dos mineiros, apesar do progresso tecnológico, continua sendo difícil e perigoso. A lista fatídica dos grandes acidentes com vítimas humanas em minas dos diversos países está sempre aumentando.

Os primeiros a vir em auxílio dos mineiros em dificuldades são os resgatadores de montanha. A eficácia do seu trabalho depende em muito da coordenação das ações. A importância do novo dispositivo é difícil de sobrestimar, refere o vice-diretor do Instituto de Mineração Maxim Rakhutin:

“Como no subsolo as ondas de rádio não se propagam, as comunicações são feitas através de telefones fixos localizados nas zonas de extração ou nos túneis. Se não houver um telefone por perto é impossível comunicar. Se o supervisor ou o resgatador tiverem estes dispositivos, haverá informação operacional. Isso tornará o trabalho nas minas mais seguro e irá ajudar em casos de acidente.”

A segurança continua sendo a maior preocupação para a mineração do carvão. Por cada tonelada de carvão é preciso pagar um preço demasiado elevado. Os acidentes, em primeiro lugar os provocados por libertações imprevisíveis de metano, ocorrem com uma frequência assustadora nos EUA, na China, nos países da América Latina, na Rússia e na Ucrânia. O recente acidente numa mina perto da cidade de Soma, na Turquia, ceifou as vidas a mais de 300 pessoas.

Para reduzir os riscos são necessárias novas tecnologias e novos equipamentos. Um papel não menos importante é a higiene e segurança no trabalho, assim como a desgaseificação atempada, refere Maxim Rakhutin:

“Agora nós dedicamos uma especial atenção à segurança no trabalho. Apesar dos acidentes que ocorrem, os equipamentos das minas são dos mais modernos, os dispositivos de segurança, os sensores, são modernos. Uma outra questão é que nem sempre é cumprida a disciplina tecnológica e frequentemente, por razões psicologicamente compreensíveis, as pessoas violam as regras.”

Na opinião do perito, é necessário acelerar o avanço das tecnologias de extração de gases associados. Na Rússia estão se desenvolvendo ativamente as tecnologias de extração de metano das camadas de carvão.

Na bacia carbonífera de Kuznetsk (Kuzbass) esse trabalho é desenvolvido pela Gazprom, e ele promete um bom retorno econômico porque as reservas desse gás são enormes. Apenas no Kuzbass elas são superiores a 10 trilhões de metros cúbicos. Na bacia de Kuznetsk são típicas as grandes camadas planas e a sua profundidade relativamente pequena.

Um caso diferente é o do Donbass – a bacia carbonífera do Don, na Ucrânia. Aqui as condições de extração do carvão são muito difíceis. Como as camadas são finas e ricas em metano, nem sempre se podem usar máquinas. Por isso no Donbass continuam a existir lavras onde se trabalha ainda com britadeiras manuais, como nos anos 30 do século passado.

Contudo, as regras de segurança industrial nas minas da Rússia e da Ucrânia são semelhantes. Foram introduzidas normas únicas nos países da Comunidade de Estados Independentes relativamente às máquinas de mineração. O novo sistema de comunicações para resgatadores poderá, depois de efetuados rigorosos testes de funcionamento nas diferentes condições existentes em minas de carvão, ser aplicado não apenas na Rússia, mas também na Ucrânia. Não é de excluir que ele possa também interessar à China.

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