segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Seminário de Pesquisa discute organização do trabalho


Por ACS / C.R.

Com o tema “A comunidade trabalho e os fatores psicossociais e a participação da Fundacentro”, a médica e mestre em saúde pública pela Universidade de São Paulo – USP, Maria Maeno, falou sobre a Rede de Saúde e Segurança do Trabalhador – Rede SST. Em sua palestra, a pesquisadora da Fundacentro também fez uma reflexão sobre a organização do trabalho na contemporaneidade.

A Rede SST conta com a participação de diferentes instituições e tem uma comunidade para discutir os fatores psicossociais relacionados ao trabalho. “A Fundacentro organizou essa rede para fomentar debates, fazer pesquisas conjuntas e também porque esse é um dos itens do Plano Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho – Plansat”, explica Maria Maeno.

A pesquisadora frisou que a saúde e a doença possuem determinação social, portanto, sofrem influências de como e onde nós vivemos e trabalhamos. “As pessoas se organizam em torno do trabalho desde a antiguidade. O trabalho está no centro da discussão sobre a sociedade e também sobre a saúde”.

Na avaliação da médica, o trabalho no mundo atual não traz realização pessoal para a maioria das pessoas. Já as novas tecnologias não têm implicado no aumento de tempo de lazer e tempo livre, pelo contrário, contribuem para o aumento do ritmo de trabalho e do tempo de trabalho real.

A intensificação do trabalho também é causada por sistemas como a Participação nos Lucros e Resultados – PRL, pois faz com que a pessoa trabalhe mais para receber um salário maior. A avaliação de desempenho também traz problemas à saúde. Focada em metas e no resultado, não permite que o trabalhador tenha um entendimento sobre o que se espera dele. Programas de qualidade e certificação, por sua vez, são responsáveis por diminuir o poder de agir do trabalhador.

A organização do trabalho ainda é marcada pela exigência de multifuncionalidade em todos os setores, flexibilidade e terceirização. Percebe-se um aumento das situações de constrangimento como o assédio moral. Com a sobrecarga de trabalho, prolifera-se no trabalhador um sentimento de não ser capaz. Já a exigência de um trabalhador polivalente leva a uma eterna busca pela qualificação.

“Na organização do trabalho, as diferentes categorias se encontram. As discussões hoje, sejam de acidentes ou adoecimentos, não podem acontecer sem passar pelas questões de organização do trabalho”, conclui Maria Maeno.




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