quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Não é um trabalho, é um jogo de simulação na indústria química

Será que o jogo World of Warcraft pode preparar para o mundo do trabalho? É o que o Departamento de Energia dos EUA e várias universidades estão tentando descobrir. Essas instituições estão financiando um esforço para treinar estudantes de faculdade entusiastas do videogame para operar fábricas químicas deixando-os jogar games que simulam o trabalho.

O objetivo é atrair jovens brilhantes para essa indústria - que possui poucos trabalhadores especializados e se prepara para uma onda de aposentadoria da geração baby-boomers. As fábricas do futuro, de acordo com empresários do meio, precisarão de uma força de trabalho educada, que consiga pensar rápido, colaborar com outros colegas e que entenda matemática, engenharia e computadores.

O projeto Avestar (Advanced Virtual Energy Simulation Training and Research) está sendo testado na West Virginia University, e os financiadores esperam levá-lo para outras escolas. Nesse projeto, estudantes colocam óculos para assistirem a imagens em telas 3D e “jogam” uma fábrica química virtual utilizando um controle parecido com o de um console de videogame, descobrindo como se dá o funcionamento da indústria.


Wesley Vassar, recém-graduado em Engenharia Química, conta que sua parte favorita na simulação foi conseguir retirar toda a etapa de contenção de grandes peças de equipamento, como reatores e vasos de separação, e conseguir ver o que ocorria dentro das máquinas.

"É muito difícil, senão impossível, ter essa experiência na vida real", disse o rapaz de 22 anos, que já possui engatilhado um trabalho na divisão Chlor Alkali da Olin Corp em St. Gabriel, no Estado da Louisiana.

Outra simulação permite a alunos tomarem o controle de toda uma fábrica, de forma que eles nunca conseguiriam no mundo real, onde apenas apertar o botão errado pode custar a vida de alguém. Os estudantes sentam em uma sala de controle virtual e veem o que acontece quando eles mudam variáveis, como o fechamento de uma válvula de vapor.

Eles podem também praticar respostas às emergências: o software consegue simular um desastre e fazê-los reagirem, gravando e reproduzindo suas decisões.

De acordo com Richard Turton, professor de Engenharia Química da West Virgínia University, os simuladores não substituem visitas a uma fábrica real, mas são mais confortáveis para uma geração de estudantes que não cresceu vendo seus pais consertando coisas pela casa e, portanto, perderam as habilidades práticas das gerações anteriores.

O professor conta que precisa lembrar aos alunos de que ao usarem os simuladores, eles estão se preparando para mais do que um jogo. Uma ação dentro de uma fábrica pode afetar centenas de peças de equipamento - fechar uma válvula que está soltando vapor porque é barulhenta e perturbadora, por exemplo, pode causar a explosão de um reator ligado a essa válvula. "Você precisa de uma grande imersão e entender exatamente o processo antes de realizar um julgamento rápido", completa.

Fonte: (The Wall Street Journal)


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