quarta-feira, 26 de junho de 2013

Segurança é fundamental nas propriedades


A força da agropecuária brasileira é cada vez mais evidente, com safras recordes e novas fronteiras mercadológicas sendo desbravadas. O sucesso no campo se reflete no crescimento da mão de obra, mas também gera preocupação quanto ao bem-estar de empregados e empregadores. Embora os números referentes aos acidentes de trabalho no meio rural sejam raros e pouco representativos, diariamente os trabalhadores do campo estão expostos a condições de risco nas propriedades. Segurança do trabalho e saúde ocupacional ainda são consideradas temas precários, desconhecidos por muitos.

O engenheiro agrícola e de segurança do trabalho Juliano Rafael da Silveira esclarece que cada uma das tarefas tem particularidades com algum potencial de perigo, seja mecânico, ergonômico, físico, químico ou biológico. “As ameaças mais comuns encontradas nas propriedades rurais são as que envolvem operações com máquinas agrícolas e agroquímicos, grandes causadores, de acidentes uma vez que são operados fora dos padrões de segurança, com equipamentos tecnicamente inadequados.” A falta de treinamento e a ausência de instrumentos de proteção individual também ameaçam a integridade dos trabalhadores.

Segundo o especialista, que trabalha no escritório Doribio Grunevald e Advogados Associados, o tombamento de tratores é um dos acidentes mais frequentes no Vale do Rio Pardo e normalmente termina na morte do operador. Sinistros menos graves, muitas vezes, sequer são contabilizados. “A Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), obrigatória segundo as normas do Ministério do Trabalho e Emprego, não é realizada na maioria dos casos.” Os dados estatísticos da Organização Mundial da Saúde (ONU) ainda são da década de 90 e destacam especialmente os óbitos por agrotóxicos no interior.

No dia a dia de Joel Junkherr, em São José da Reserva, interior de Santa Cruz do Sul, a segurança está em primeiro lugar. O agricultor, que cultiva tabaco, milho e soja, orgulha-se de nunca ter sofrido nenhum acidente de trabalho. “Aquele segundo de bobeira faz toda diferença, por isso é importante sempre estar atento”, diz. Além da própria integridade, o produtor prioriza a salvaguarda da esposa Alexandra e dos filhos Gustavo e Pedro. Como trabalha com implementos agrícolas pesados, que são consertados na própria propriedade, Junkherr não dispensa todos os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).

Preocupação na fumicultura

O Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (Sinditabaco) e a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) assinaram um termo de compromisso com o Ministério Público do Trabalho (MPT/RS) para garantir a saúde e segurança dos produtores de tabaco. As empresas fumageiras são consideradas fundamentais nesse processo, tirando dúvidas e acompanhando o cumprimento das normas legais junto aos produtores integrados. Uma cartilha detalhada com orientações é distribuída no campo para que os agricultores trabalhem com segurança e protejam crianças e adolescentes.

Algumas medidas simples podem ser tomadas para se evitar possíveis acidentes de trabalho no campo.
Máquinas e implementos: as ferramentas de trabalho precisam ser adequadas e estar em boas condições, passando por manutenções frequentes;

agroquímicos: a segurança na armazenagem dos produtos, a utilização de EPI e a informação dos produtores são indispensáveis para evitar contaminações;

riscos biológicos: é fundamental o controle veterinário dos animais, a limpeza dos ambientes de trabalho e a vigilância médica dos trabalhadores.

MICHELLE TREICHEL
michelle@gazetadosul.com.br
Fonte: Lula Helfer

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