quinta-feira, 27 de junho de 2013

1° Simpósio em Saúde do Trabalhador na Construção Civil de Uberlândia -MG

A construção civil é um dos principais setores da economia na geração de emprego e renda hoje no País. Em contrapartida, o setor também está no alto da pirâmide quando se fala em estatística de acidentes no trabalho. A construção civil é considerada a segunda causadora de acidentes graves ou fatais. O Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) em Uberlândia quer mudar essa realidade e, para isso, promoveu nesta quarta feira (22) o 1° Simpósio em Saúde do Trabalhador na Construção Civil, que foi realizado Universidade Federal de Uberlândia. 

Segundo a coordenadora do Cerest, Silvia Fonseca, em Uberlândia a taxa de notificações em acidentes mais que triplicou nos últimos três anos. Em 2010, foram registrados 68 acidentes, enquanto no ano passado foram 205 casos. “Esse primeiro seminário é somente um pontapé, queremos construir aqui um Fórum Permanente de discussão sobre prevenção. Os nossos índices estão altos, temos que diminuir essas notificações”, afirma Silvia Fonseca.

Para o professor do Instituto de Geografia da (UFU) Samuel do Carmo Lima, que ministrou a palestra de abertura do seminário, a saúde do trabalhador é responsabilidade de toda a sociedade. “Esse tema não é responsabilidade só do empregador ou trabalhador, mas sim de toda sociedade civil, e as ações na prevenção devem ser conjuntas com todos os setores representados aqui”, afirma o palestrante. 

O gerente regional do Ministério do Trabalho e Emprego, Juracy Alves dos Reis, a ideia do seminário é justamente integrar os atores envolvidos em todo o processo. “Precisamos unir aqui os construtores, sindicatos, técnicos de segurança do trabalho, a fim de melhorar o planejamento no canteiro de obras tendo como princípio a prevenção, afirma Juracy.

Para o representante do Sindicato dos Técnicos de Segurança do Trabalho (Sintest-MG),  Winderson Arsênio, esse evento é um marco para Uberlândia. “Não podemos continuar com essa realidade crescente em acidentes. De acordo com as estatísticas, os casos mais graves estão na construção civil, onde, em sua maioria, causam danos irreversíveis ao trabalhador”, afirma Winderson.

Para o Ministério Público do Trabalho, que estava representado pela procuradora Tatiana Campelo, as ações de prevenção não podem ser só de responsabilidade do trabalhador. “Hoje, a culpa de forma geral pelas notificações não está somente na não utilização dos equipamentos individuais de segurança. É necessário também que o ambiente de trabalho ofereça os utensílios de prevenção de forma coletiva. O foco é o planejamento antes do início da obra e as ações de proteção” afirma a procuradora.

De acordo com a presidente da Associação das Vítimas em Acidentes de Trabalho, o número de acidentes se deve, principalmente, à sucessão de erros em processos de segurança que ocorrem dentro do canteiro de obras. “No caso de acidente, além das seqüelas físicas às vitimas, ainda existe o fator social. A família perde um dos seus principais provedores e isso é muito grave”, afirma Viviane Parreira.     


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