quinta-feira, 5 de abril de 2012

Investimento em segurança nas instalações elétricas


Autor: Sergio Roberto Santos
        

A maioria das empresas ainda não considera aumentar a segurança nas suas instalações elétricas um investimento. Mas, muito além do que uma questão ética, diminuir os riscos de um acidente com eletricidade também é um bom investimento.

A pouca qualificação da mão de obra e a baixa taxa de investimento (19,5% do PIB em 2010 e 19,3% em 2011) são os principais gargalos para o crescimento da economia brasileira. Tais limitações colocam o Brasil na lanterna dos países emergentes como a Rússia, a Índia e a China, e podem nos deixar para trás na corrida da competitividade internacional, onde a qualidade do ensino tem se tornado uma prioridade e as taxas de investimento são o dobro da brasileira: cerca de 40% do PIB (China).

Para tornar suas instalações elétricas mais seguras, as empresas precisam alocar recursos no aumento do conhecimento de seus empregados (Diretamente), prestadores de serviço (Indiretamente) e manter corretamente as suas instalações elétricas.

Tais medidas produzem benefícios diretos como a melhoria da produtividade, a redução dos custos com energia e o aumento da vida útil dos equipamentos elétricos e eletrônicos.

Como todo investimento é baseado em uma relação valor investido X tempo de investimento, quanto mais cedo uma empresa colocar em seu planejamento a manutenção e melhoria das suas instalações elétricas, mais rápido será o retorno deste investimento e menores serão os aportes necessários para alcançar os seus objetivos.

Se o retorno dos investimentos na segurança em eletricidade são líquidos, certos e mensuráveis, por que estes são colocados em prática de forma tão aquém das nossas necessidades?

Os responsáveis pelas tomadas de decisão nas empresas são leigos em eletricidade. Todas as suas ações são baseadas em informações levadas até eles por outros setores da empresa. Se os responsáveis pela sua infraestrutura não existem ou não são valorizados, estas considerações não chegam até eles e não fazem parte dos seus planos de investimento.

Se investe muito pouco no Brasil. A nossa taxa de formação bruta de capital é muito aquém das nossas necessidades e uma das mais baixas do mundo levando-se em conta o tamanho da nossa economia. Como o brasileiro poupa pouco, investe-se pouco em geral e menos ainda em segurança em particular.

Nossa cultura não privilegia a vida, que é um bem pouco valorizado no Brasil. O que o país gasta com internações, pensões por invalidez e atendimentos de urgência é muito maior do que o que seria necessário para uma politica de prevenção, incluído gastos com prevenção de acidentes.

Os investimentos na segurança das instalações elétricas apresentam todos os requisitos de qualquer bom investimento financeiro, liquidez, segurança e rentabilidade. Apenas esta é uma aplicação, como as melhores do mercado, fora do alcance dos gestores das empresas, e por isso tão pouco utilizada no Brasil.

Sergio Roberto Santos é engenheiro eletricista especializado em dispositivos de proteção contra surtos e gerente de vendas da OBO Bettermann do Brasil.



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