terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Citibank deixa funcionário trabalhar em casa


Para driblar perda de produtividade com trânsito, banco mantém 186 funcionários em casa e 301 com horário flexível.

Condições de trabalho são avaliadas; presidente destaca ganhos de eficiência e mais motivação.

Eduardo Borloni, gerente de tecnologia do Citibank brasileiro, trocou uma hora e meia diária do trânsito caótico de São Paulo por um MBA.


Flávia Kamoi, também gerente de tecnologia do Citi, voltou a fazer ginástica e ainda consegue jantar às 19h com os três filhos pré-adolescentes.

Os dois fazem parte de equipes que tocam projetos internacionais, trabalham no desenvolvimento e na implantação de tecnologia bancária, mas estão fisicamente no conforto de suas casas.

Só o Citibank tem 301 funcionários com horário flexível e 186 que trabalham de casa, vários deles dando suporte técnico a "clientes internos" da administração e da rede de agências.

Nenhum trabalha de pijama nem sentado na cama. Antes de liberar o funcionário para trabalhar em casa, o Citi manda uma equipe para avaliar e proferir um laudo sobre as condições de trabalho na residência.

Eles tiram fotografias do local, medem ruído e conferem as condições ergonômicas de mesas e cadeiras onde o funcionário trabalhará.

Quem adere ao programa assina um aditivo ao contrato, que garante cobertura de acidente de trabalho. Além da assistência jurídica, há um acompanhamento da adaptação do funcionário.

"Não é porque estou em um projeto importante que tenho que estar no banco. Não tenho mais mesa, nem as fotos das minhas filhas. Mas voltei para a minha ginástica depois de dez anos. Posso terminar o trabalho e sair para jantar perto de casa com meus filhos. Ganhei várias horas no meu dia", disse.

No Citi, não são todas as funções que podem ser remotas, e nem todos os funcionários conseguem se adaptar. Alguns ficam ansiosos por não ver o chefe ou ter contato com os colegas.

"Eu não estava nunca em casa; de repente, eu e minha família tivemos que nos adaptar. Em casa, temos algumas regras. Quando estou com a porta fechada é porque estou em reunião ou falando com o chefe. No horário do café, converso com as meninas. A gente tem de tomar cuidado para não misturar as coisas. Tive que aprender a lidar com isso", disse Flávia.

Em casa, cada funcionário tem o seu ramal e um notebook específico para se conectar à rede do Citi. As despesas com o trabalho, como conexão à internet por banda larga, são pagas pelo banco.

Se a internet cai ou falta luz na residência, o que não é raro em São Paulo, eles saem correndo para as salas de contingência do banco preparadas especificamente para receber com urgência os funcionários remotos.

Segundo Gustavo Marin, presidente do Citibank no Brasil, a flexibilidade traz motivação, produtividade e criatividade dos funcionários. O banco também ganha eficiência aproveitando melhor seu espaço físico.

"Com o blackberry estamos todos conectados e trabalhando muito mais. Se vai entrar mais tarde ou sair mais cedo, o importante é o resultado", disse Marin.

Governo Federal também testa o teletrabalho em casa

Mesmo sem previsão legal, setores do governo federal começam a liberar funcionários para trabalhar em casa. Pelo menos cinco órgãos da União já têm ou estudam adotar o teletrabalho.


O primeiro órgão federal a adotar o modelo foi o Serpro, empresa de informática vinculada ao Ministério da Fazenda. A iniciativa surgiu com um projeto piloto em 2006. No ano passado, o TCU (Tribunal de Contas da União) também aderiu.

Este ano foi a Receita Federal, também com um piloto. Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal se preparam para aderir.

Regulamentação prevê horário flexível, mas sem hora extra.
Fonte:
Andreza Matais
Dimmi Amora
de Brasília- DF
Toni Sciarretta
de São Paulo - SP

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